segunda-feira, 29 de setembro de 2008
talvez não.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Não dá para aguentar mais! Vou contar-te:
à Ana Queiroga.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
"Eu procurei-te e tu surgiste em verso, bem na palma da minha mão. A utopia começava a escrever-se, límpida.
E tal como peixes a morrerem de encontro às malhas rudes da rede, as palavras morriam para o mundo, a fim de viverem para mim. Senti-me ingrato. Senti que mergulhava num universo recheado de pensamentos, apenas e só pensamentos. Sentia-os brotar naquele momento, em rebentos floridos, no jardim do espaço e do tempo. E nesse instante em que o monstro da poesia rugia de encontro ao meu peito, percebi que tinha saldado a dívida que me marcara a infância, e me fizera crescer rodeado de vagas tumultuosas.
Não corria a mais leve aragem, pelo que fechei os olhos e inspirei fundo. Sentia-me apaixonado e tentado a lutar, de novo. A vida voltara a ser o leque perfeito de pensamentos e memórias. Voltara a ser fácil ver as fotografias que não tiramos, ver os videos nunca gravados passarem, reais, no preto e branco da mente. E uma vez que os ponteiros de metal gritavam o avanço da hora, despia-me de fantasmas e levava-te comigo para a calmia soturna do profundo silêncio."
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
- Abismo -
Ah! Fúria de a dor nem ter sorte em gritar,
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
- Outro "Sonho de Veludo" -
Sinceramente, não sei o que hei-de pensar. Cada sonho surge como um avivar de imagens desfocadas. Está escuro, mas de repente alguém prime o interruptor e as pontas de ballet surgem ao fundo da sala de espelhos, mortas e incólumes de encontro ao soalho raso. Olha-me, olha-me outra vez. Perdoa-me a indiscrição, perdoa-me os olhares penetrantes, e os suspiros soturnos de contentamento. E porque sei que esta noite lá estarás novamente, não primas o interruptor... vem antes sentar-te ao meu lado, dá-me a tua mão, e voemos. "
Palavras, palavras, palavras.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Diamantes
«Falaram-me de diamantes. Não me disseram que eram pedras, não me falaram sequer em dinheiro ou pronunciaram a palavra "quilate". Fizeram-me simplesmente olhar para dentro, e vasculhar nos subúrbios da minha pequena alma, até descortinar o diamante em bruto que sou.
-Nós valemos pelo que somos, e nada nem ninguém pode penetrar nas nossas mentes e derrubar a vontade de amar e o querer ser feliz. Eu acredito, eu acreditarei sempre.
Falaram-me de diamantes. Falaram e logo senti estilhaçar-se uma ponta de desânimo. Estilhaçou-se como vidro na minha pele, e creio não mais assaltará as minhas noites ou os meus dias, nunca. Acabei de esquecer o que não consigo ser. Acabei de esvair em pó todos os metais não preciosos de que fui feito, outrora. A noite cai, e sinto que hoje, hoje não caio com ela. Doravante, serei eu próprio a velejar a minha caravela. Doravante, não haverá ressentimentos perante a crueldade do mundo, ou momentos de fraqueza capazes de me manchar os olhos de lágrimas. Eu sinto, eu posso, eu sou o ourives do meu próprio diamante, ainda em bruto.
Lá fora cai a noite, e cada constelação de diamantes percorre o meu olhar reluzente. A fadiga de estar só morreu quando vi um diamante mudar de trajectória. Não corre a mais leve aragem e cada piscar de olhos traz-me apenas a lembrança de que naquele dia... naquele dia me falaram de diamantes."»
Íris
domingo, 7 de setembro de 2008
É certo
Silvos
Tempo de maltratar cada uma das sílabas
Vou caminhando com passadas largas e decididas para o futuro. O tempo não mais será um problema, um pretexto. Acabaram-se os falsos temores, os falsos medos que me prendiam ao supérfluo, as falsas e vagas sepulturas mentais. Porque aprendi a acreditar nos virtuosos brilhos. Oh, vagos mas virtuosos brilhos!
A minha sombra deixou de ser negra e difusa, sempre esvaída no espaço eloquente. O tempo é."