(...) E aí tu chegas, olhas, mas não vês.
Nunca verás o silêncio que deixei preso por um cordel àquela varanda oitocentista. Nunca verás o seu balançar ao vento, qual balão que uma criança nunca deixou fugir. Nunca verás o brilho nos olhos, que escondo por entre mãos atadas. Nunca verás o sorriso sincero, que eclipso no meio de prédios macambúzios. Nunca verás o meu toque, o meu chão, o meu âmago. E sabes porque nunca os verás?
Nunca os verás porque estão dentro de ti.