sábado, 13 de junho de 2009

Alguém viu a minha silhueta por aí !?


O tempo corre, esbaforido!
Não há vento que leve, não há vento que traga.
Partículas indistintas boiam como parasitas paralisados na atmosfera abafada do abismo.

Sentença final: condenado.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Tu não sabes, tu não sabes.


E tu não sabes se consegues. Não sabes se superas as questões. Não sabes se tens capacidade para confrontar os ângulos. Não sabes se entendes a sombra ou a secção cónica. Não sabes se alguma vez soubeste sobre problemas métricos, sobre rectas bicudas e referenciais de ninguém. Tu não sabes se confias na volúpia do aristo. Não sabes sequer se o monstro do expressionismo alemão se afigura defronte os teus olhos. Não sabes se Almada Negreiros se referia a ti, como possível anti-Dantas! Não sabes se farás parte de um futuro sem passado, cujos espelhos insistem em reflectir presente e só presente! Não sabes se a arquitectura chegou a passar disso, ou se a Grécia de Péricles existiu. Tu não sabes. Tu duvidas do surrealismo, tu duvidas do cubismo, tu duvidas de todos os 'ismos' de vanguarda. Tu duvidas da tua propria respiração, lenta e denunciada ao ritmo da música. Jamais ouses duvidar dessa. Nunca duvides da Música.

(Ricardo Leitão)