segunda-feira, 12 de julho de 2010

Outro dia sem nome

Persegue-nos o tempo,
gritam os séculos.
Há vozes no fundo sombrio das fontes,
ouvem-se ecos de mil segredos.
Sentem-se beijos
perdidos em clausura,
suspiros cravados no ventre de botões de rosa.
Jazem preces nas pedras gélidas
erguidas em ascese,
imunes à podridão dos dias,
imunes à paixão intacta de Pedro e Inês.

A aurora desponta:
o silêncio da noite é abraçado
pelo sol de um outro dia sem nome.


(dedicado ao Mestre Arq. Manuel Botelho,
que me suportou um ano de utopias. )

Ricardo Leitão

2 comentários:

Sr. Arquitonto disse...

Como é que é possível! Este poema é msmo profundo... tu vais até ao romance mais mediático da História de portugal para relatar todo esse lirismo. Magnísfico Ricardo. Abraço.

P.S: E esse inter-rail, como é que correu???

Tiago Azevedo disse...

Bom é ir de interrail!
Tens noção que és o meu mais precoce colega que mais invejo!
Quer pelo interrail, quer por esta escrita que nem sei adjectivar.

Boa Viagem!!

E eu vou querer ouvir.te!